12 de mai. de 2010

Grupo auxilia pais que descobrem a homossexualidade dos filhos.
Criado pela professora universitária Edith Modesto, o Grupo de Pais de Homossexuais se reúne aos domingos em São Paulo.


Pode começar com uma dura conversa. Às vezes, nem isso: pura desconfiança.
Um peso sustentado nos ombros de um jovem ou uma jovem que ainda não sabe qual será a reação da família ao ouvir a frase: "Sou gay". Não foram poucas, e nem são de agora, as mensagens que a equipe do Profissão Repórter recebe de adolescentes queixando-se da falta de sensibilidade dos pais para aceitarem a orientação sexual.
Do outro lado - o de quem ouve a revelação -, está quase sempre um frágil invólucro de compreensão, que se rompe e deixa à mostra os questionamentos: "Por quê?", "E o genro com que sonhei?", "Nunca terei uma nora?", "Netos?"
A professora universitária Edith Modesto, entrevistada pela repórter
Mariane Salerno no programa da terça-feira, 11, passou pelas mesmas dúvidas. Ela conta que levou 5 anos para aceitar que Marcelo, caçula de sete filhos, é gay. Hoje, ajuda outros pais a lidar com as mesmas dificuldades.
O GPH,
Grupo de Pais de Homossexuais, fundado por Edith há mais de 10 anos, reúne-se aos domingos em São Paulo para trocar informações e experiências entre familiares que descobrem ou desconfiam que um filho ou filha seja gay. Envergonhada com a situação por que passava quando ouviu do caçula que era homossexual, a professora começou a pesquisar sobre diversidade sexual, até decidir que deveria ajudar outras pessoas que viviam - e ainda vivem - o mesmo drama.
Ajuda
A privacidade dos frequentadores do GPH é tão grande que as câmeras do Profissão Repórter não tiveram acesso às reuniões. Num domingo, Mariane foi sozinha a um dos encontros para compreender o que se passava na realidade daquelas mães aflitas. Uma delas, que participava pela primeira vez do grupo, só chorava.
Na página do GPH na internet, logo no início, já vem a mensagem: "Se você sabe ou desconfia que seu filho/a é homossexual, venha trocar ideias conosco". Para fazer contato com Edith e participar das reuniões da organização,
acesse o site ou ligue para (11) 3031-2106.
Auxílio para jovens
O GPH também ajuda os jovens confusos com as mudanças que estão experimentando. Através do Projeto Purpurina, os próprios adolescentes trocam experiências e discutem temas relacionados à diversidade sexual. O objetivo do programa é, segundo o GPH, trabalhar a auto-estima do jovem homossexual. Mais informações podem ser obtidas também no
site do grupo.